Wednesday, June 27, 2007

Conclusão

Encontrei uma pérola de ciência portuguesa neste pdf. Diz:

"Medidas efectuadas num edifício com antenas instaladas no seu topo mostram que o sinal está cerca de 48 620 vezes abaixo dos máximos recomendados, pelo que se está perfeitamente dentro das margens de segurança."

E logo o audacioso visionário conclui sem medo e sem vergonha:

"Pode-se assim afirmar que, na grande maioria dos casos, não existe perigo para as pessoas que trabalham ou habitam em edifícios com antenas de estação de base instaladas no seu topo."


Deo gratias, digo eu.


Não há dúvida: está pejado de boas intenções, o cabotino. Pena tirar tão inanes conclusões, apesar de rápidas - verdade seja dita.
Como que a adivinhar suspeições, este nosso amigo, não deixa de nos avisar:

"Em Ciência, constitui um princípio básico que os resultados de um qualquer estudo só são aceites como válidos depois de terem sido reproduzidos e verificados pela comunidade científica, sendo posteriormente publicados nas respectivas revistas científicas.
Assim, o facto de uma entidade publicitar resultados numa certa área não significa necessariamente que estes sejam válidos."
Ele é que sabe.
Aconselho toda a gente a dar-lhe ouvidos. A esta última frase, quero dizer.
Mas as realmente boas notícias ficaram, como é tradição, para o fim:

"As antenas apresentam o máximo de radiação numa direcção horizontal, ou próxima desta (ligeiramente inclinada para baixo), decrescendo a radiação, fortemente, à medida que o ângulo se aproxima da vertical, pelo que a radiação para dentro do edifício onde as antenas estão instaladas é francamente inferior à que existe na direcção horizontal (e portanto dirigida ao edifício fronteiro)."

Contudo, ao olhar para a quantidade e variedade das que estão no terraço do prédio onde moro, não posso deixar de sentir que a expressão "as antenas" é demasiado genérica.
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