Há que esclarecer que apenas me refiro ao que salta aos olhos - muito longe de andar atentamente à procura.
Bem, vou matar o vício com duas recentes.
Num programa muito científico, muito cultural, Broker passou a ser o aportuguesamento de Broca, o cientista racista cujo cérebro tinha (e tem, no Museu do Homem, em Paris!) dimensões medianas. A pronúncia do orador não ajudava, de facto, e a cultura do tradutor muito menos.
A palavra pristine, foi também interpretada criativamente: primitiva.
O que é que uma cozinha na cidade de New York, de uma tipa toda modernaça que nem o fogão sabe ligar tem de primitiva? O tradutor é que sabe.
Que sejam ignorantes e burros, que são coisas diferentes, não me espanta. Admiro-me é que não vejam os filmes.
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"-Para onde viro?"
-"Direita! Direita!" (right! right!)
Tradução: -"Certo! Certo!"
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Saartjtie |
Por baixo do asqueroso frasco que contém o cérebro de Broca estava a Vénus Hotentote. Sagan não a viu. Mas não escapou ao meu herói intelectual, Gould, que nos deixou essa história bem contada.
Sem querer estragar nada, sempre acrescento que essa história acabou bem (mas não há muito tempo): Mandela resolveu o assunto.
PS: Está tudo na mesma, apenas as circunstâncias são diferentes:
http://www.youtube.com/watch?v=qZicz3AH20k
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