Thursday, June 14, 2018

Um inferno

Vou sentar-me na divisão mais pequena da casa. Contrariando a racionalidade, agarro num livro ao passar pela estante. Sai-me "O último dia de um condenado" de Victor Hugo. Como é tão apropriado não o poiso e enquanto tento relembrar-me dele, porque, está claro, já o li, começo a ler.

Miserere mei!
É a loucura total. "O meu espírito jovem e rico estava cheio de fantasia. Divertia-se a desenrolar ante meus olhos uns depois dos outros, sem ordem nem fim, adornando-os de inesgotáveis arabescos, este rude e fraco estofo de vida"

Uma não frase de idiotas. A fazer-me recordar os tempos em que tinha de ouvir coisas assim, sem sentido nem gramática, ao primeiro-ministro.

Toda a gente rica. A ganhar. A ser paga. A vender livros. A... tudo!

Puta que os pariu a todos, cambada de idiotas.

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A tradução é da excelentíssima Ana Ribeiro. Confunde o feminino com o masculino ou acha que "fantasia" é plural e masculino. Não faço ideia. Espero que tenha as mamas grandes e faça uns bons bicos. Ao menos.
ISBN: 978-989-554-745-6
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Porque que caralho tive eu a má ideia de agarrar na merda do livro?!

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Mon esprit, jeune et riche, était plein de fantaisies. Il s'amusait à me les dérouler les unes après les autres, sans ordre et sans fin, brodant d'inépuisables arabesques cette rude et mince étoffe de la vie. C'étaient des jeunes filles, de splendides chapes d'évêque, des batailles gagnées, des théâtres pleins de bruit et de lumière, et puis encore des jeunes filles et de sombres promenades la nuit sous les larges bras des marronniers.

"FantasiaS"
"desenrolá-las" (o espírito divertia-se a desenrolar as fantasias, umas atrás das outras...."

Maldita seja esta gente. Até a sétima geração.

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