Sunday, December 2, 2018

Antologia

Os teus olhos


Quando fores grande
Depois de cresceres
Hás de ver tudo
Saberás aprender
Verás que as estrelas
Estão sempre a mexer
Num baile perdido
No espaço do céu

Verás planetas
A ir e a vir
Jogando contigo
um divinal teté

Verás o Sol
Que os faz esconder
Olharás a Lua
Mentindo mudando
Mostrando ao mundo
Como há-de fazer
E com sorte verás
Um cometa pimpão
Escrevendo notícias
No céu estrelado
Triangular quadrado
Numa noite de Verão

Olharás para o mar
Que está sempre acordado
E tem tudo o que há
No seu fundo salgado
Baleias, golfinhos
Galeões de piratas
Desastrosos tesouros
Atóis de coral
Praias que cantam
Fossas abissais
Peixes mais peixes
Nascentes termais
O báltico âmbar
Conchas e mais
Ai tantas coisas
Que irás ver no mar
Mas não há que ter medo
Que o olhar não nos cansa
Olha para a frente
Para trás e para o lado
E tudo o que vires
Será visto e guardado

Olha as montanhas
Os rios os vales
Os lagos perdidos
Ex-glaciares

Repara nas rochas
Dar-te-ão minerais
Trata dos bosques
Dar-te-ão vegetais
Os cogumelos, os bichos
Olha repara
Coisas fantásticas
Parecem banais
Olha as trufas no chão
Que querem dizer
Que se fores persistente
Verás ainda mais.

Há quem não veja
Beleza no mundo
Pobres coitados
Sem coração
Não sabem que há sempre
Para onde quer que se olhe
Um Universo latente
Só na escala diferente
Exibindo mostrando
Para os olhos que vêem
Tal como os teus
Querida Raquel
A infinita beleza
Do bondoso Deus.

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