Thursday, March 30, 2023

Óculos

Aparentemente só eu me lembro desta publicidade:

Epá! Você tá usando um óculo bongo. Óculo bongo, não!



Sunday, March 26, 2023

No comment

 The only people who become teachers are people who wanted to do something else, and gave up.



Saturday, March 18, 2023

Not Kassius Clay

On October 23, 1826 a female giraffe arrived at the port of Marseilles. A gift from Muhammad Ali (1769-1849), the Viceroy of Egypt, to King Charles X of France (r. 1824-1830),

...

à la girafe.
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et aussi:

DRAP ZÈBRE
à la zébre
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1826 ou 1827? Vice-rei ou pachá?
We'll never know.
The History of fashion in France; Augustin Challamel



Prémio Nobel da Economia

A única maneira de combater a inflação é reduzir a procura.
Para o comum dos consumidores significa que se deve abster de consumir - consumir o mínimo possível até que os fornecedores tenham necessidade de escoar produto.
É mais fácil do que o lockdown da COVID-19.
Just do it. 30 dias chegam.
O açucar subiu? Estejam 30 dias sem comprar açucar. 
O arroz subiu? Nada de arroz durante 30 dias. Não se aflija que não morre!
E etc.

Friday, March 17, 2023

Conto

-"Hó Afonso!" - Chamava a minha mãe da cozinha - "Anda cá pois quero que leves esta canjinha à avó". Naquele tempo eu era tão novo que andava sempre contente. Ainda mais contente ficava quando sabia que tinha de ir à avó. Eu adorava a minha avó. Sempre que me via, fazia-me uma festa, cobria-me de beijos e dava-me sempre alguma coisa. A minha avó adorava-me. Lembro-me perfeitamente de que crescia pelo menos um milímetro de cada vez que estava com ela, nem que fosse só por um bocadinho. Chamava-se Glória. Uma doença indecente, de que padecia desde há uns anos, impedia-a de mover-se. As coisas mais triviais tinham para ela um valor que só quem se encontra assim limitado sabe. Atenta, a minha mãe, que sabia fazer comida como a minha avó gostava, costumava mandar-lhe uns miminhos consoladores. Como de minha casa até à casa da minha avó eram uns escassos duzentos metros e a
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minha mãe sabia que indo eu era uma alegria acrescida que enviava, o transporte desses mimos ficava geralmente por minha conta. E lá ia eu. Tentava retribuir a festa inevitável com que era recebido; Agradecia a oferta infalível; e lá vinha embora um pouco maior e mais feliz. Ora, como sabem, as bruxas não apreciam nada que alguém feliz lhes passe à porta. Pois mais ou menos a meio do caminho, numa quelha escura e misteriosa, vivia uma bruxa. Viviam nessa altura aí umas seis bruxas na minha aldeia. Todas eram velhas, todas tinham sinais esquisitos na cara (regra geral perto do grande nariz, apesar de alguns serem na testa) e todas cheiravam ao mesmo: um odor que atraía ao mesmo tempo que enjoava. Acho que era das mistelas que elas preparavam mas podia bem ser de outra coisa qualquer, não sei. A que vivia na quelha onde eu passava era a mais velha, a mais feia e a mais bruxa de todas elas. Era a chefe das bruxas de certeza absoluta (isto se é que as bruxas têm chefe, coisa que não posso assegurar). Estou, contudo, em posição de revelar porque é que as bruxas não gostam que ninguém feliz lhes passe à porta: sempre que isso acontece quando elas estão a fazer uma poção (e geralmente é precisamente isso que elas estão a fazer) têm de repetir tudo, pois aquela fica estragada. Como sempre que eu lá passava, geralmente já de noite, pouco antes do jantar, ía sempre feliz levar miminhos à minha avó, é evidente que sem suspeitar de nada estraguei várias poções à tal bruxa. (Enquanto houvesse sol, nada disto interessava pois nesse caso a bruxa era apenas uma velha como outra qualquer). Então ela, muito danada, resolveu assustar-me. Se eu ficasse com medo, pensava a bruxa, nunca mais lá passaria àquelas horas, feliz, a levar coisas boas à minha avó e, por conseguinte, nunca mais lhe estragaria as poções. Lembro-me muito bem do dia, quero dizer, da noite, em que ela decidiu por em prática o seu malvado plano. Começou por fazer com que a rua estivesse deserta para que o meu medo fosse maior. Assim, nessa noite, nada me distraiu do ritmo sincopado com que caminhava e que era necessário manter certo para não entornar a canja transportada entre mãos. Em segundo lugar, tornou aquela zona da rua completamente escura. Ali nunca havia muita luz mas naquela noite estava escuro como breu. A única coisa que se notava era que as sombras se iam mexendo como se estivessem vivas. Comecei a ouvir sons assustadores. Mau, mau. Tornou-se óbvio que tinha sarilhos pela frente. O assunto era sério e, perante tais circunstâncias, ocorriam-me três coisas que podia fazer; eram elas: -desatar a correr com toda a força para a frente; -desatar a correr com toda a força para trás; -continuar, vencendo o medo, e levar a canja à minha avó. As minhas preferências iam todinhas para a segunda opção da lista. Mas, tal como a primeira, essa escolha implicava, desgraçadamente, um grave senão: entornar a canja. A única forma de não entornar a canja era manter um passo certo, lento e ritmado, que eu já dominava bem. Ora, eu sabia o que é que aquela canja representava para a minha avó: por momentos ela sentia como se tivesse sido ela a fazê-la... Absolutamente inaceitável destruir aquele pedacinho de felicidade. As duas primeiras hipóteses estavam, por isso, postas de lado. Confesso que, a partir do momento em que os truques da bruxa se começaram a materializar, não pensava noutra coisa senão em desatar a correr, mas paciência. Tinha mesmo de continuar! Semicerrei os olhos, acertei o ritmo, concentrei-me na expressão com que sabia iria ser recebido pela minha avó e avancei corajosamente. Foi essa imagem imaginária, da cara de alegria com que a minha avó me receberia, a razão da minha vitória. Nem o enorme nariz, do tamanho de um cavalo, que entretanto começou a aparecer e desaparecer do fundo da quelha e cujos pelos horríveis quase me tocavam os braços, nem os barulhos horripilantes que vinham sabe-se lá de aonde, me detiveram ou conseguiram sequer fazer com que perdesse o ritmo certo dos meus passos. Ferida no seu orgulho, a bruxa ficou realmente furiosa ao ver gorados os seus intentos. Uma nuvem de um fedor estonteante e por fim um enorme clarão semelhante a um raio de trovoada, foram as suas ultimas jogadas. Nessa altura tive realmente medo mas continuei pois pensava que a minha avó merecia todos os sacrifícios, o que era, sem dúvida, verdadeiro. Aquele pedaço de rua só tem alguns metros mas naquela noite pareceram-me muitos quilómetros e a minha avó até me perguntou porque vinha tão cansado... Contudo nessa altura eu já só estava orgulhoso e feliz. Quando regressei a casa passei lá a correr tão depressa tão depressa que nem tive tempo de ter medo. E, para dizer a verdade, nunca mais tive medo de lá passar. Nesse dia cresci um bocadinho mais do que o habitual. Porto, 1996

450 110,26 €

Eu não sou vaidoso e muito menos arrogante mas devo dizer que se, neste país, nos dias de hoje, me dessem meio milhão para não trabalhar teria de reconsiderar essas minhas falhas de caráter. 


Thursday, March 9, 2023

Duh!

 Não há nenhum livro de Geologia que não diga "há 3 categorias de rochas: ígneas, metamórficas e sedimentares". Quando, qualquer tonto sabe que há 4.


Do género cuidadoso

"No meu tempo" ser engenheiro, jornalista ou arqueólogo era, julgava eu, uma grande coisa na medida em que, pelo menos, queria dizer "inteligência". 
Agora, engenheiro sou eu, imagine-se!, "jornalistas" são completos palhaços e arqueólogos, umas bestas. 
Tendo acabado ver notícias de mais um acidente de comboio, reparei que uma delas, em vez de dizer "uma mulher de 56 anos" dizia " uma pessoa". E preparava-me para resmungar acerca do quão ignorante seria preciso ser para nem sequer cumprir o mais básico dos "princípios das notícias".
E depois lembrei-me que estamos em 2023 e que não é impossível que esse termo tenha sido escolhido com propósito. Que podia bem ser uma pessoa cuidadosa em relação à realidade atual...

Sem surpresa, não é o caso. É pior que analfabetismo: um completo e total alheamento. Um simples "encher chouriços". Um copy/paste comatoso.


Wednesday, March 8, 2023

Nobody knows

 Eswatini (Essuatíni) has the world's highest HIV/AIDS prevalence rate.

27% of the population has HIV.
moeda: 
lilangeni (plural: emalangeni)

Monday, March 6, 2023

12 s

É todo o tempo que os outros levam a criar uma opinião de si.
E boa sorte a tentar corrigi-la!