Ontem ouvi a entrevista de Correia de Campos, ministro da Saúde, na TSF.
Na lista de sentimentos que mais detesto, logo a seguir a desilusão vem arrependimento. E uma onda de imenso arrependimento por todos os maus pensamentos que já me assolaram acerca deste Governo perturbou-me o sono. Não queria acreditar no que ouvia: "toda a gente, dentro de 2 meses, vai poder abrir uma farmácia", "as farmácias fazem as contas com o estado directamente, sem a intermediação da associação". Parecia que me estava a ouvir a mim mesmo!
Depois calma e serenamente foi esclarecendo a sua política.
Eu não sabia se me havia de levantar para escrever um post, se havia de ir inscrever-me no PS, se havia de telefonar a alguém e passar a noite entusiamado a discutir política.
Tive intuito de escrever emails, a pedir desculpa, a Sócrates e a Correia de Campos. Nem o nome do ministro sabia ao certo nem queria saber, mas agora sei-o de cor.
Estou entusiasmado, estou esperançado, estou envergonhado. E com medo que apenas tenha sido um sonho; que apenas tenham sido palavras demagógicas.
Para começar vou pesquisar e apagar (quero dizer: transformar em drafts) todos os posts em que achincalho o Governo e os socialistas.
Depois urdirei outras formas de me redimir.
Por fim, enquanto gozo o prazer da esperança, preparar-me-ei para a eventual desilusão que poderá advir da análise atenta do desenvolvimento dos acontecimentos que iniciarei.
Comprendam-me: troco sem hesitar 6 meses de apoio automático pelo cortar da mama à associação de farmácias e pela liberalização da máfia nojenta que é a posse e abertura de farmácias. (Isto bastava-me se bem que concordei com tudo o que ouvi.)
Sinto vontade de pedir desculpa. Apetece-me ir votar. Tenho ganas de festejar o Ano Novo.
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