Das notícias:
"Mariano Gago tem intenções de criar um ranking das universidades com melhor e pior desempenho e dos melhores e piores cursos"
Ora aqui está uma daquelas ideias que tem generalizado e automático acordo da populaça.
Mas se a intenção é ser popularista (coisa que mesmo em candidatos em campanha fica mal, quanto mais em governantes com maioria absoluta) ir a pé a Fátima era capaz de ser melhor. Com a acrescida vantagem de não ser desprezável a possibilidade de levar com um veículo nas trombas.
Esta ideia é:
Simplória, para não dizer ignorante. Está a confundir "premiar" com "classificar". Encerra tendências militaristas, para não dizer nazis. É atrasada, primitiva, anacrónica. Este conceito de 'competição universal' é do tempo da II Grande Guerra e das simplistas e geriátricas interpretações de Darwin.
A excelência não pode ser atribuída por decreto mas sim reconhecida naturalmente. Parece um papa antigo a decretar o que é ou não é sagrado.
Tal como a marca de cigarros, o tipo de carro, o ISP, o partido político..., estas decisões - a escolha de uma escola, de um curso, seja o que for - são para ser feitas 'de baixo para cima'. Cabe ao Estado o que já se sabe e, digo eu, contrabalançar eventual propaganda com informação fidedigna promovendo assim boas decisões individuais. Premiar, sempre e só a posteriori.
Um outro efeito perverso, um pouco mais rebuscado, é que se está a regionalizar o que deve ser global. Fica o exemplo, também sem préstimo, do reitor da UP que quer estar "entre a 100 melhores do mundo". É capaz de ser melhor do que ser "a melhor de Portugal" porque uma competição interna é sempre uma espécie de olimpíada de aleijados.
Já viram a quantidade de lixo que uma coisita tão banal encerra? E, neste caso, algum desse lixo é até tóxico.
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