-----1) UM DIFUSO MAL ESTAR
Sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal
estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional.
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Não podemos, por isso, ceder à resignação sem recusarmos a
liberdade com que assumimos a responsabilidade pelo nosso destino.
Assumindo o dever cívico decorrente de uma ética da responsabilidade, a
SEDES entende ser oportuno chamar a atenção para os sinais de degradação da
qualidade da vida cívica que, não constituindo um fenómeno inteiramente
novo,
estão por detrás do referido mal estar.
2) DEGRADAÇÃO DA
CONFIANÇA
NO SISTEMA POLÍTICO
Ao nível político, tem-se acentuado a degradação da confiança dos cidadãos nos representantes partidários, praticamente generalizada a todo o espectro político.
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3) VALORES, JUSTIÇA E
COMUNICAÇÃO SOCIAL
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Por seu lado, o Estado tem uma presença asfixiante sobre toda a sociedade, a ponto de não ser exagero considerar que é cada vez mais estreito o espaço deixado verdadeiramente livre para a iniciativa privada. Além disso, demite-se muitas vezes do seu dever de isenta regulação, para desenvolver duvidosas articulações com interesses privados, que deixam em muitos um perigoso rasto de desconfiança.
Num ambiente de relativismo moral, é frequentemente promovida a confusão entre o que a lei não proíbe explicitamente e o que é eticamente aceitável, tentando tornar a lei no único regulador aceitável dos comportamentos sociais.
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4)
CRIMINALIDADE, INSEGURANÇA E EXAGEROS
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E nesta matéria a responsabilidade pelo desproporcionado zelo utilizado recai, antes de mais, nos legisladores portugueses que transcrevem para o direito português,
mecânica e por vezes levianamente, as directivas de Bruxelas.
5)
APELO DA SEDES
O mal-estar e a degradação da confiança, a espiral descendente em que o regime parece ter mergulhado, têm como consequência inevitável o seu bloqueamento. E se essa espiral descendente continuar, emergirá, mais cedo ou mais tarde, uma crise social de contornos difíceis de prever.
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E uma sondagem recente deu conta de que os políticos – grupo a que se associa quase por metonímia “os partidos” – são a classe em que os portugueses menos confiam.
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Sedes, 21
de Fevereiro de 2008
O Conselho Coordenador:
Vitor Bento (Presidente), M. Alves Monteiro,
Luís Barata, L. Campos e Cunha, J. Ferreira do Amaral, Henrique Neto, F. Ribeiro Mendes, Paulo Sande, Amílcar Theias.
Este texto na íntegra em pdf:
http://fyad.org/syr9
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Apesar de a história me garantir que nada é mais vulgar do que estas sentenças lamuriosas, também eu digo que nunca vi o povo português tão mal como agora e penso que já se ultrapassaram pontos de não-retorno. Já o vi em remendos e sem nada - e estava melhor; já o vi bem vestido e com dinheiro - e estava melhor.
Uma nota final: este governo (apesar de dizer que recuou em dois dos raros pontos que tinham o meu apoio: a desmistificação e homogeneização da Saúde e pôr ordem nas escolas) não tem limites. Será sempre, sempre, sempre tomada a atitude que o porta-voz expressou perante mais este extremo alerta.
"O porta-voz do PS, Vitalino Canas, para quem o relatório da SEDES apresenta «conclusões tremendistas», destacou que mais importante do que o impacto da reformas são os resultados das mesmas."
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E.g.:
http://fyad.org/sys5
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