Por Morrer Uma Andorinha
Letra: Frederico de Brito, Américo Tavares dos Santos / Versículos – Judite Leal
Música: Francisco Viana [Fado Menor]
Se deixaste de ser minha – minha dor
Não deixei de ser quem era – e tudo é novo
Por morrer uma andorinha – sem amor
Não acaba a Primavera – diz o povo.
Como vês não estou mudado – felizmente
E nem sequer descontente – ou derrotado
Conservo o mesmo presente – do passado
E guardo o mesmo passado – bem presente.
Eu já estava habituado – a este fado
E a que não fosses sincera – em teu amor
Por isso eu não fico à espera – do sabor
Duma ilusão que eu não tinha – e nem renovo
Se deixaste de ser minha – minha dor
Não deixei de ser quem era – e tudo é novo.
Vivo a vida como dantes – a cantar
Não tenho menos nem mais – do que já tinha
E os dias passam iguais – para não voltar
Aos dias que vão distantes – de seres minha.
Horas, minutos, instantes – desta vida
Seguem a ordem austera – com rigor
Ninguém se agarre à quimera – sem valor
De que o destino encaminha – e não é novo
Pois por morrer uma andorinha – sem amor
Não acaba a Primavera – diz o povo.
No comments:
Post a Comment
Exprima-se livremente!