Friday, March 20, 2015

Marte e Vénus

A variabilidade universal revela
que todas as dicotomias biológicas são treta.
Penso muito na(s) diferença(s) entre homens e mulheres.

O último resultado que obtive dessas meditações foi que há uma diferença fundamental: a relação com o corpo.
Todas as outras, se as houver, são fáceis de dissolver.

Há sinais de que assim é em todo o lado. Agora que sabem vão ver o fácil que é encontrá-los.





"I finally made the decision that I would disassociate my body from my mind during my twin pregnancy and think of my body as a vessel. Guess what! that worked! "
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Monday, March 2, 2015

Acerca de um like que a Paulinha me fez no facebook

Era uma vez duas galinhas.
Eram feias e não punham ovos nem nada "rai's partam n'as galinhas; quésias (1) Né? leva-as e faz um arroz de cabidela". Destino marcado. Triste fado, o das galinhas.


Mas, não!

Ninguém sabe o que se passa na cabeça de ninguém quanto mais na de uma galinha, fará na de duas, mas o que é certo é que, ou no abandono do desespero por terem percebido o que as esperava ou porque gostaram da nova casa ou porque não quiseram morrer sem serem galinhas (para ser uma galinha é preciso pôr ovos que as galinhas não são como as pessoas) as criaturas decidiram revelar-se e logo no dia seguinte, para elas o fatídico, eis que apresentaram dois ovos.

Se aos ouvidos de alguém parecerem dois ovos coisa pouca é porque não sabe que há no mundo muitas coisas maravilhosas mas nenhuma delas pode ser mais virtuosa do que um ovo. É uma questão, como em tudo, de olhar para um ovo com olhos de ver.

Viu-se pois o eleito comensal a contemplar tamanha arte, um presente no sapato, uma oferta inesperada, como se não bastasse envolta em mistério, um pequeno  milagre! Diga-se, atenção!, que as galinhas não punham, nunca tinham posto e não tinham jeitos de ser capaz de pôr, feias e escanzeladas como eram. Então, já sem vontade de as matar - que a vontade já era nenhuma pois matar e depenar galinhas é uma trabalheira sem graça - decidiu, derrotado pelo prodígio, "pronto, deixai-vos estar, a ver"
O Né anda a dar ovos, grandes grandes, lindos lindos, das duas galinhas de penas pretas com reflexos de todas as cores que lá tem.
Pôem mais ovos do que os livros dizem que é de esperar do cu de uma galinha e são maiores do que os maiores calibres que se podem encontrar no mercado.
As galinhas feias que não punham, pôem. Muitos e grandes. Grandes não. Enormes. Um está ali. Estou a tirar-lhe fotografias.
Tenciono comê-lo amanhã ao pequeno-almoço.
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►"Guardado está o bocado para quem o há de comer"■

(1): raios partam as galinhas; quere-las