Friday, April 27, 2007

Falácia

Sempre rejeitei a ideia da regionalização por pensar que não temos ainda civismo suficiente. Encher o país de xerifes e reizinhos é tudo o que não precisamos.

Mas o PS continua a ter esta ideia latente.

Gostei de ver, agora mesmo, o primeiro-ministro a concordar comigo acerca da descentralização do poder (aparentemente sem dar conta) enquanto falava do Simplex.
Conheci um homem que tendo investido o que tinha e o que não tinha num restaurante novinho, esteve à espera largos meses - largos meses! - da "licença".
Acho que enquanto não encheu os da câmara de presuntos, e depois de ameaças desesperadas, não tinha direito a mais nada a não ser passar os dias a ver o dinheirinho desaparecer enquanto contemplava a porta fechada.
Como explicou o primeiro-ministro, isto tinha de acabar. Sendo "isto" nada mais do que um poder mal entregue. Um cheirinho de regionalização.
Todos sabem no seu íntimo que Portugal não está preparado para entregar por aí varas a vilões. O primeiro-ministro, indirectamente, acabou de o reconhecer também.
O Simplex é mais complicado do que parece: não só acaba com palermices opressivas como também revela falácias do discurso regionalista dos socialistas.

Adenda: Vejo agora 8 (22 h)
as condições necessária para a realização de uma nova consulta popular, depois do referendo de 1998, o chefe de Governo apontou duas: um «consenso político», relativamente a este tema e a delimitação das regiões, que na sua opinião devem ser cinco.
que a regionalização veio à baila.
Bem, 5 "grandes" regiões já não é bem regionalização. É mais gestão. Talvez até possa ser. Mas é melhor olhar para as Espanha e tantos outros (a maior parte dos países, na verdade) e ver se queremos criar separatismos - que, garanto, não tardariam muitos anos a aparecer.
Isto para falar num dos menores problemas desta ideia. Além de que com o tamanho de Portugal é sempre ridículo. E se não há medo de separatismos por se confiar na união e força da 'identidade nacional' mais uma razão para não dividir o que é, por natureza, uno.
Não há um único argumento de valor na regionalização (a não ser para quem se vê a saltar para o poleiro) e não há uma única vantagem para o povo. As regiões que existem noutros países são as que não foi/é possível agregar. E são uma verdadeira praga mundial.
É a ideia mais perversa com que este país alguma vez se debateu.
Não. O que o mundo precisa é de globalização - tal como eu a entendo e qualquer dia explicarei.
Tentarei ir rebatendo um a um os argumentos que forem aparecendo. (Todos baseados em falácias burocráticas e mitos económicos.)
Há reservas, há parques, há o que se inventar...
Se querem delegar poderes, pois deleguem-nos. Não é necessário criar fronteiras.

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